quarta-feira, 5 de março de 2014

PRIMEIROS SOCORROS - PARADA CARDÍACA



Há gente que tem azar. Faz tudo direito e, no fim, dá errado. Isso acontece especialmente com o coração. Você pode achar que está em forma física, muito melhor do que a dos amigos mais novos, e correr risco de um ataque cardíaco (infarto do miocárdio), sem jamais imaginar que isso pudesse acontecer.

Nem todos os que sofrem infarto são classificados pelos médicos como pacientes de alto risco. Mais da metade dos casos acontece entre pessoas portadoras de risco intermediário ou baixo risco.

Por isso, é fundamental que os homens se submetam a avaliações cardiológicas periódicas depois dos quarenta anos de idade, e que as mulheres o façam a partir da fase que precede a menopausa.

O risco da maioria das pessoas que vai ao médico pode ser avaliado com base na história clínica, exame físico e testes laboratoriais simples, de rotina.

Como os principais fatores de risco cardíaco são cigarro, pressão alta, diabetes, colesterol total alto, LDL elevado e HDL baixo, fica fácil avaliá-los. Basta tirar a história, medir a pressão e fazer um exame de sangue para dosar os níveis de açúcar no sangue (glicemia) e do colesterol e suas frações (HDL e LDL).

O cigarro, além de causar infarto como fator isolado, tem a propriedade de potencializar os demais fatores de risco. Os médicos devem empenhar-se com seriedade para convencer seus pacientes a parar de fumar. Os fumantes que conseguem ficar livre da dependência beneficiam-se dramaticamente: depois de apenas 12 meses sem cigarro, a mortalidade por ataques cardíacos cai aos níveis dos que nunca fumaram.

Da mesma forma, os médicos devem enfatizar o papel da atividade física, do controle da pressão e da taxa de açúcar no sangue dos diabéticos, na prevenção de infartos.

Níveis de colesterol total acima de 240 conferem risco alto de infarto do miocárdio. Por outro lado, 20% dos casos ocorrem em homens com níveis considerados seguros (abaixo de 200). A maioria, porém, desses casos de infarto associados a colesterol total baixo, apresentam níveis baixos da fração HDL (abaixo de 35).

Além desses fatores principais que guardam relação de causa e efeito com a incidência de ataques cardíacos, há seis outros considerados predisponentes à doença, que também são fáceis de identificar: obesidade, vida sedentária, história de infarto prematuro em pessoas da família, sexo masculino, resistência à insulina e os fatores sociais, étnicos ou comportamentais.

Informações sobre sedentarismo, existência de casos na família, sexo e os fatores sociais, étnicos e de comportamento, são rotineiramente obtidos na história clínica.

O autor recomenda que o grau de obesidade, o principal fator predisponente dos seis citados, seja avaliado pela simples medida do diâmetro da cintura e pelo cálculo do índice de massa corpórea.

Homens com mais de 94 cm de cintura e mulheres com mais de 80 cm, precisam perder peso.

O índice de massa corpórea, calculado dividindo-se o peso (em kg) pela altura (em metros) elevada ao quadrado, também serve de orientação. Se o índice for maior do que 25 kg por m², existe sobrepeso.

A resistência à insulina, condição metabólica associada intimamente ao desenvolvimento de diabetes, pode ser avaliada grosseiramente porque guarda relação com o diâmetro da cintura: homens com mais de 100 cm e mulheres com mais de 90 cm apresentam maior probabilidade de apresentar resistência.     

COMO FAZER COM UM PESSOA QUE ACABA DE TER UMA PARADA CARDÍACA?
1º passo - Reconhecer a parada cardíaca e chamar o serviço de emergência

Percebendo que a pessoa está inconsciente, não responde aos chamados, não está respirando porque teve uma parada cardíaca, deve-se chamar imediatamente o serviço de emergência pelo telefone 192.

Antigamente, falava-se muito em apalpar os pulsos. Hoje se manda procurar sinais de vida. Está respirando? Se não está, não se deve perder tempo. Uma vez chamado o serviço de emergência, deve-se começar a atuar, iniciando as manobras de reanimação.

2º passo – Dar início às manobras de reanimação

Se a pessoa não foi vítima de trauma e teve uma parada cardíaca súbita, deve-se estender seu pescoço puxando o queixo para trás para fazer com que o fluxo de ar volte para a traqueia. Coloca-se, então, o rosto perto do nariz e da boca do paciente e observa-se se há movimento respiratório no tórax. Não havendo sinais de respiração, deve-se iniciar a respiração boca a boca. Tapa-se o nariz do doente para que o ar não saia por ali, e insufla-se duas vezes ar em sua boca.

Em seguida, com as mãos espalmadas e trançadas para dar mais peso, pressiona-se 15 vezes o tórax exatamente no meio de uma linha imaginária traçada entre os dois mamilos.

O massageador não deve fazer força com os braços e com as mãos para não chegar à exaustão rapidamente. Deve jogar a força de seu corpo sobre o tórax do paciente num movimento rítmico. A técnica da boa massagem independe do peso corpóreo do massageador. É importante ressaltar que a massagem cardíaca tem de ser mantida até a chegada do desfibrilador ou do serviço de emergência.

No que se refere à respiração boca a boca, muitos leigos e até alguns profissionais de saúde sentem um pouco de medo de fazer a respiração numa pessoa desconhecida, temendo contrair doenças. Além disso, ela pode ter apresentado vômito ou qualquer outro problema que causam constrangimento. Por isso, hoje a recomendação mundial é realizar a massagem cardíaca efetivamente até a chegada do socorro. Existem trabalhos que demonstram a importância crucial da compressão cardíaca nos dez primeiros minutos e seus bons resultados mesmo sem a respiração.

3º passo – Aplicar a desfibrilação ou choque elétrico.

Como já foi dito, a grande maioria de paradas cardíacas ocorre por um fenômeno chamado fibrilação ventricular caracterizada pelo ritmo caótico do batimento do coração. Não se conhece nenhum tratamento químico ou manual para a fibrilação que não seja o choque elétrico. Por essa razão, programas comunitários no mundo todo, chamados Acesso Público à Desfibrilização, estão colocando desfibriladores em locais públicos, como aviões, aeroportos, estádios desportivos, entre outros, a fim de que o leigo possa dispor deles e aplicar o choque antes mesmo da chegada do serviço de emergência.

4º passo – Chegada do serviço de emergência e do profissional de saúde.

Fonte:http://drauziovarella.com.br/

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